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TEATRO

  • Luciana Luca, Nanda Lisboa e Gisela Estella

  • PEÇA DE TEATRO

    A DAMA DO CABARÉ

    Teatro Augusta
    Esteve às Sextas às 21h30, Sábados às 21h e Domingos às 19h.

    de 19 de junho a 20 de setembro de 2010

    Texto e Direção
    Marcus Vinicius de Arruda Camargo
    VEJA Clip no youtube

    4º Prêmio Contigo! de Teatro
    Indicado
    Melhor Espetáculo Musical Nacional do Ano

    Melhor Autor -(Marcus Vinicius de A. Camargo)



    TEATRO

    Sob os ares da boemia carioca dos anos 30, a peça retrata a busca dos sonhos individuais de dois artistas: uma dançarina de cabaré que quer se tornar cantora de rádio e um compositor desacreditado que vende seu samba a um empresário. Mesclando ficção e realidade, permeiam a trama personagens históricos como Noel Rosa, Cartola, Carmem Miranda, Francisco Alves e Mario Lago.

    A Dama do Cabaré

    Carmen (Gisela Estella) e Ilson (Cristiano Bianchini) são dois artistas de trajetórias diferentes. Carmen trabalha como dançarina de cabaré e quer ter um disco gravado e ser cantora do rádio. Ilson é compositor. Desacreditado, compõe o "Samba do Feijão" e se complica ao se envolver com o malandro Mauro Brito (Marco Enzo), que quer um samba para lançar. Carmen divide um chatô com a dançarina Julinha (Luciana Luca) e Teresa (Nanda Lisboa - Novela Araguaia), que trabalha na fábrica de tecidos. Ilson namora Teresa, mas seu verdadeiro amor é Carmen. A oportunidade que Carmen quer no meio artístico, só Vitorio - (Alexandre Ell) dono de um selo de discos - pode conseguir. Nessa atmosfera de vaidades, traições, amores, malandragem e sonhos se desenrola a trama.
    "Mesclamos drama com comédia para narrar as histórias desse ambiente que gira em torno do cabaré, que é quase submundo da sociedade, é um simulacro dela. Todos os personagens usam de malandragem e artimanhas para tentar conseguir o que querem, às vezes pela força das circunstâncias. Ilson, por exemplo, não nasceu malandro, mas vive na malandragem. Já Mauro Brito é um malandro assumido. Em um determinado momento da peça, ele chega a declarar: 'Sou um cara empreendedor, vai ter muito Mauro Brito por aí'. conta Marcus Vinicius. " A dama do cabaré é a única personagem que consegue sair desse cenário de ambiguidades, desse cabaré que é o próprio universo. A Carmen convive com a idéia do cabaré, mas sua visão é diferente, não ilusória.", completa Gisela Estella.

    O cabaré

    O ambiente é a boemia do samba, com seus cafés, músicas e cabarés. Uma atmosfera de onde o samba praticamente saiu de sua condição marginal para entrar nos salões mais ricos do Rio de Janeiro. Os concursos de música e principalmente carnavalescos fizeram história. Era o começo das gravações com microfones mais sensíveis, o começo dos discos e do rádio. Um longo levantamento histórico foi feito por Marcus para recriar fielmente o ambiente e os personagens de então. Em cena, recriam-se ambientes marcantes da capital fluminense nos anos 30, como o café Nice e o cabaré Apolo. O diretor fez do palco um típico cabaré que serve de cenário-base para a montagem, com cortinas pretas e vinho, em veludo e renda. Simples, a cenografia usa mesas e cadeiras de bar, que vão se movimentando e se compondo de maneiras diversas, sugerindo os ambientes onde se desenrola a trama: os salões, casas, ruas. Na trilha musical, a tradicional música dos anos 30: sambas, tangos e marchinhas. Feitiço da Vila, de Noel Rosa, Taí, de Carmen Miranda, e os tangos Fumando Espero, de Felix Garzó e El día que me quieras, de Carlos Gardel, são algumas das que compõem o repertório. "Tentei levantar as músicas que estavam tocando naquela época. Situamos a história em 1933, e o Samba do Feijão, por exemplo, é uma música que seria lançada no ano seguinte", conta o diretor Marcus Vinicius.

    Noel Rosa, Mario Reis, Francisco Alves

    O diretor se debruçou sobre as biografias de Noel Rosa e de outros sambistas da época e usou esse material como base na criação de muitos dos personagens da trama. Ilson é um clássico exemplo dos sambistas daquele tempo: anônimos, de classe baixa, vendiam a preços módicos seus sambas, que depois estouravam nas rádios, assinados pelo empresário que os comprava. O Samba do Feijão, que Ilson compõe, na verdade é Tenho Raiva de Quem Sabe, música de Noel Rosa cantada por Mário Reis. E o envolvimento de Ilson e Mauro Brito faz referência ao caso histórico de Noel Rosa e Kid Pepe com esse samba. "Quem assinou a música foi Kid Pepe, um valentão lutador de boxe e dos maiores " empresários" daquela época. Mas supõe-se que o samba, na realidade, foi composto só por Noel Rosa". Na peça, a autoria da música é de Ilson, que foi roubado por Mauro e vendida a Kid Pepe. Noel Rosa, forçado por Kid e Mauro, trocou a letra!" conta - e se diverte - Marcus. Nessa brincadeira de mesclar ficção e realidade, figuras históricas como Carmen Miranda, Mario Reis, Francisco Alves, Mario Lago, Cartola, Almirante e o próprio Noel Rosa surgem paralelos à trama, influenciando decisivamente o enredo. "Na peça, a personagem de Julinha namora Noel Rosa e depois acaba pegando tuberculose. Na vida real, houve mesmo uma Julinha que foi namorada de Noel. Em uma cena, alguém almoça com Carmen Miranda e, em outra, o samba de Ilson é apresentado a Francisco Alves. Mas não há personalização, nenhum dos atores interpreta esses personagens, é nos diálogos que damos indícios de que essas pessoas passaram por aí", conta o diretor. Segundo Marcus, a peça retrata o começo do samba, uma época de muita transformação, quando floresceram ícones da nossa cultura. Mas a intenção não era de contar a trajetória do samba, nem a biografia de algum ícone, como Noel Rosa. "Focamos nos personagens excluídos da história, que não chegaram em lugar nenhum. Todos eram sambistas, da classe média baixa carioca. Alguns, como Francisco Alves, fizeram sucesso, ficaram conhecidos e enriqueceram, mas teve muita gente que não deu certo, muitos Ilsons que a história não registrou", conclui.


    SERVIÇO:

    Teatro Augusta - Sala Experimental

    Texto e Direção: Marcus Vinicius de Arruda Camargo.
    Com Gisela Estella, Cristiano Bianchini,Nanda Lisboa, Luciana Luca, Alexandre Ell e Marco Enzo.
    Duração: 70 minutos. Capacidade: 40 lugares.
    Ingressos: sextas, sábados e domingos a R$ 30.
    Recomendação etária: 14 anos.
    TEATRO AUGUSTA - Rua Augusta, 943.
    Fone: 3151-4141. Ar condicionado. Acesso a deficientes físicos.
    Horário da bilheteria: de quarta e quinta das 14h às 21h, sexta das 14h às 21h30, sábado das 15h às 21h e domingo das 15h às 19h.
    Aceita Mastercard, Dinners Club e Redeshop.
    Central de Vendas Ingresso Rápido: 2163-2000.
    Mais informações: info@casacine.com.br

    Alameda Campinas, 1029 - São Paulo- Capital- tel. 11 30570924. Mais informações: info@casacine.com.br